A especialista em transplantes capilares Insparya, que fez uma sociedade a meias com Cristiano Ronaldo para se tornar líder mundial do setor em 2020, pôs o seu centro de I&D a produzir em exclusivo suportes para equipamentos de proteção hospitalar através de impressão 3D.
O grupo Insparya, um dos maiores operadores europeus na área de tratamento capilar, que facturou 24 milhões de euros no ano passado e emprega mais de duas centenas de pessoas, colocou a sua equipa de investigadores a produzir, em exclusivo, suportes de proteção hospitalar, através da sua tecnologia de impressão 3D.
O centro de I&D da Insparya, localizado no Porto, “está desde o início desta semana a apoiar o desenvolvimento de viseiras para serem utilizadas pelo pessoal clínico em ambiente hospitalar, na prestação de cuidados de saúde aos doentes diagnosticados com covid-19”, avança a empresa, em comunicado.
A empresa respondeu, assim, “ao repto do grupo de colaboração que junta o Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI) e o VivaLab, para a produção de equipamentos de proteção hospitalar – nomeadamente dois modelos de viseiras – que serão, depois, distribuídos por diversas unidades de saúde”, explica o grupo liderado por Paulo Ramos.
Revela a Insparya que no seu centro de I&D estão ser produzidos, através de impressão 3D, os suportes necessários para as viseiras que serão usadas nas tarefas de triagem e identificação de novos doentes diagnosticados com covid-19, nos centros de saúde, assim como no acompanhamento dos doentes nos cuidados intermédios e intensivos, nos hospitais.
“Tendo disponíveis impressoras 3D no seu centro de I&D, o grupo clínico Insparya entendeu que este é o momento para colocar ao dispor do Serviço Nacional de Saúde e dos portugueses, em geral, o seu conhecimento, equipa e ferramentas”, afirma o CEO da Insparya.
“As circunstâncias excecionais que vivemos a todos convocam e, como prestador de serviços clínicos que aposta há mais de uma década em tecnologia e inovação, a Insparya não fica indiferente ao contexto que atravessamos. Por isso, a nossa equipa de engenharia e o equipamento do nosso centro de I&D estão, a partir do início desta semana, totalmente dedicado ao fabrico destes suportes”, explica Paulo Ramos, empresário que vendeu recentemente 50% do capital do grupo a um consórcio formado pela “private equity” portuguesa Vallis e a britânica Hermes GPE.
No centro de I&D da Insparya, garante, estão a ser fabricados suportes para uma média diária de três dezenas de viseiras.
O grupo mostra-se, ainda, “disponível para ajudar noutros projetos que tenham como objetivo o desenvolvimento de equipamentos hospitalares e de proteção necessários para acudir às crescentes necessidades do SNS na prestação de cuidados de saúde a doentes diagnosticados com covid-19”.
A Insparya explora quatro clínicas em Portugal – duas no Porto, uma em Lisboa e outra em Vilamoura –, a que acresce a de Madrid, que abriu em março passado “e faturou nove milhões de euros em 2019”.
A unidade espanhola opera sob a marca Insparya, que é detida a meias pelo grupo português e Cristiano Ronaldo, e que servirá de veículo para a expansão internacional do negócio.
A Insparya estima investir 25 milhões de euros na abertura de uma dezena de clínicas “nas principais capitais europeias” para chegar à liderança mundial do setor em 2022.
Entretanto, na portuense Rua do Marechal Saldanha, mesmo ao lado da moradia do empresário de futebol Jorge Mendes, vai abrir mais uma clínica do grupo Insparya.
A nascer numas antigas instalações do colégio INED, a nova unidade do grupo ocupa uma área de 1.200 metros quadrados, distribuídos por três pisos, num investimento orçado em 2,5 milhões de euros.
“Esta nova clínica será também um centro de excelência em I&D”, sublinhou o CEO da Insparya.
“Aqui ficará localizada toda a área de investigação do grupo, desde a robótica avançada ao estudo em células estaminais, para a multiplicação das unidades foliculares”, detalhou Ramos recentemente ao Negócios.